Anna Kariênina - Liev Tolstói
"Todas as famílias felizes se parecem,
cada família infeliz é infeliz à sua
maneira."
Anna Arcadiévna
Kariênina é casada com Aleksiei Aleksándrovitch Kariênin com quem tem um filho,
Serguei Aleksieitch Kariênin(Serioja). Em viagem à casa de seu irmão Stiepan
Arcáditch Oblónski em Moscou, para ajudá-lo a resolver sua situação com a
esposa, conhece o oficial Aleksiei Kirílovitch Vrónski e os dois começam um
tórrido romance que abala as estruturas de todos, inclusive da sociedade em que
estavam inseridos.
Konstantin Dmítrich
Liévin é um proprietário de terras amigo de Oblónski. Ele viaja até Moscou para
propor casamento à Katierina Aleksándrovna Cherbátskaia(Kitty). Porém, Kitty
está enamorada de Vrónski e aguarda seu pedido de casamento para a noite do
grande baile, uma vez que ele já frequentava sua casa há algum tempo e
demonstrava ter intenções de se casar. Mas mesmo sabendo, através de seu amigo
Oblónski, dessa situação e de sua pequena chance de sucesso, Liévin se arrisca.
A escrita de Tolstói é
muito boa! Frases bem construídas e com passagens descritas de uma forma muito
bonita. A princípio pensei que seria uma leitura difícil, mas quando comecei,
ela fluiu bem. As tramas dos dois núcleos são apresentadas em capítulos
alternantes divididos em oito partes. Os personagens são envolventes e
complexos de tal forma, que por vezes nos esquecemos que não são reais. Eles
mudam sua maneira de pensar, agir e sentir à medida que o tempo passa de
maneira sutil, quase natural. Se prestarmos atenção, podemos perceber ainda a
presença de paralelos como: cidade e campo, amor puro e carnal, riqueza e pobreza,
direitos de homens e mulheres, pecado e virtude, etc. Os personagens por vezes
são verdadeiros espelhos uns dos outros.
Tolstói detalha tudo,
como se nos levasse em um tour pela alta sociedade russa, colocando questões
políticas, filosóficas, econômicas e sociais em voga na época de sua
publicação, como as reformas liberais promovidas pelo imperador Alexandre II da
Rússia, com destaque para a Reforma Emancipadora de 1861 ou Emancipação dos
Servos que liquidou a dependência servil dos camponeses russos(mujiques), dando
a eles plenos direitos de cidadãos.
Ler clássicos pode ser
um desafio para algumas pessoas, por vários motivos. No meu caso, apesar de
gostar muito deles, certos detalhes tiram um pouco o meu ritmo de leitura...
Como mencionei na resenha de Os Miseráveis, certos detalhes poderiam não
ter entrado na história, ou simplesmente ter sido resumidos, já que no fim das
contas não trazem uma grande relevância ao que está acontecendo(a meu ver, pelo
menos). Sei que uma das coisas que faz com que um livro seja um clássico, são
as informações que ele traz sobre o período em que foi escrito. Até aí tudo
bem, as informações são passadas de forma a parecer que estamos participando
mesmo das conversas e recebendo as notícias do dia a dia. Mas cenas detalhadas
de caçadas, algumas discussões, uma eleição que parecia sem fim...(me
solidarizei com o Liévin, por momentos me perdia e queria sair logo dali! Rs)
Publicado inicialmente
em partes na revista Ruskii Véstnik(O Mensageiro Russo) de 1875 a 1877,
sua primeira edição completa em livro foi lançada em 1877. Até hoje este
romance é aclamado como um dos melhores já escritos. Apesar das observações que
fiz sobre a leitura ter se arrastado em alguns momentos nas cenas mais lentas,
quando a história retomava o foco, o desenrolar da trama ficava cada vez mais
interessante, e eu cada vez mais curiosa.
No geral é um livro muito bom que vale a pena ser lido. Recomendo
muito!!
Boas leituras!!
Olá Lorena, tudo bem?
ResponderExcluirAnna Kariênina é um livro que tenho muito vontade de ler, adorei sua resenha e como mostra toda a trama que choca a sociedade, ainda mais pelo período. E a escrita do autor parece ser ótima. Vou tentar ler esse ano ainda. Boa dica.
Abraços
Oi, Lorena.
ResponderExcluirOu, q ótimo ver uma resenha de Tolstói ! Resenhas como a sua mostram que literatura russa é ainda essencial.
Confesso que não li ainda Anna, mas, quando o fizer, prestarei bastante atenção nessas dicotomias que vc elencou: cidade e campo, amor puro e carnal, riqueza e pobreza, direitos de homens e mulheres... Tenho certeza que vai valorizar muito minha experiência.
Parabéns pela coragem da resenha!
Oiii,
ResponderExcluirEu não conhecia o livro ainda, tendo essas primeiras impressões agora, mas eu gosto de livros que tem romance assim, cheio de reviravoltas, mantém a gente mais empolgada rsrs. Parece um ótimo livro!
Pare tudo. Eu não tinha ideia que esse livro foi publicado inicialmente em uma revista da época. Isso é tão maravilhoso. Não é a toa que um clássico É UM CLÁSSICO.
ResponderExcluirAnna Karienina tem uma história ótima de acompanhar. Sou suspeita em falar.
Olá, tido bem? Esse é um livro que quero muito ler, espero ter a oportunidade de adquirir ainda este ano, sou louca para conhecer esse clássico.
ResponderExcluirUm beijo.
Oi! Eu já conheço o clássico, ao menos de nome. Nem o filme vi ainda. Mas sinto muita vontade de fazer a leitura dele. Sinto medo de não me dar bem, porque acaba sendo bem diferente dos livros que sou acostumada, mas quero sair da minha zona de conforto e eu curto clássicos. Beijos
ResponderExcluirhttps://almde50tons.wordpress.com/