Forrest Gump - Winston Groom


                “Deixa eu te dizer uma coisa,
                        ser idiota não é nenhuma caixa de chocolate.”


        Forrest Gump é uma pessoa simples, que quer apenas fazer o que é certo. Uma pessoa como qualquer outra que se vê por aí, exceto por sua condição “especial”. Ele define a si mesmo como um “idiota”, mas acredita-se que o que Forrest tem na verdade é algum tipo de autismo (mais próximo talvez da Síndrome de Asperger). Sua aptidão para a matemática e a música é superdesenvolvida, mas não se sai bem em nenhuma outra área, tendo dificuldade para compreender as coisas.
        Apesar disso, a vida de Forrest não é o que se possa chamar de pacata. Ao longo do livro, o personagem nos conta sua trajetória desde criança, como se estivéssemos sentados lado a lado em um banco de praça conversando. Sua narrativa é simples e envolvente fazendo com que o leitor termine a leitura em poucos dias para saciar sua curiosidade em saber onde culminarão situações tão atípicas e discrepantes entre si.

        Este clássico da literatura norte americana, publicado pela primeira vez em 1986, só ganhou destaque quando, em 1994, foi lançado no cinema o filme de mesmo nome baseado em sua história. Ganhador de seis Oscars, incluindo o de melhor filme (desbancando Pulp Fiction), o filme tem muitas coisas diferentes do romance, até mesmo o próprio Forrest (interpretado por Tom Hanks). Quem não ficou nada satisfeito com a adaptação para o cinema foi o próprio autor, Winston Groom, que criticou o filme em seu segundo livro Gump & Co. lançado em 1995.
        Voltando ao livro... Bem, o personagem está longe de ser uma pessoa tão inocente quanto o filme mostra, apesar de sua condição. Ele passa pela Guerra do Vietnã, conhece presidentes, viaja para outros países, se relaciona afetivamente com uma mulher, entre tantas outras coisas; mas em vez de estar alheio a tudo isso, de forma simples e honesta, acaba por emitir sua opinião a respeito, mostrando que, certas coisas às quais atribuímos muita importância e protocolos simplesmente não fazem muito sentido. Com um modo de falar simples e direto, o autor deixa algumas alfinetadas e um humor um pouco ácido às vezes.
        Um aviso importante aos futuros leitores da obra: não se preocupem com os erros ortográficos e gramaticais, são propositais para dar um tom mais real à voz do narrador. Quando comecei a leitura estranhei bastante, mas depois de “entrar no clima” ficou tudo bem. A edição que tenho, é comemorativa dos 30 anos da obra, lançada pela editora Aleph que, ao final, traz um texto de Isabelle Roblin (professora assistente da Université du Littoral-Côte d’Opale, na França) comparando livro e filme contextualizando melhor ambos com informações interessantes.
         Eu já havia assistido ao filme e agora que conheço o romance, posso dizer que não achei uma história extraordinária. Apesar disso, recomendo a leitura, é uma aventura gostosa de ser lida. O livro tem umas “tiradas” engraçadas que me fizeram dar risada e não é nada cansativo, pelo contrário; não sabemos o que esperar na próxima página! O livro é bom e o filme também, vale a pena dar uma chance a ambos.

         Boas leituras!!









Comentários

  1. Assisti ao filme, um dos meus favoritos. Agora fiquei curiosa com esse livro.

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  2. Vi o filme há alguns anos, gostei muito e a performance do Tom Hanks foi inesquecível. Não conhecia o livro, fiquei curiosa para saber as diferenças entre a personalidade do Forrest.

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  3. Só assisti oa filme não conhecia o livro, já quero ler. Achei interesante o fato do autor ter criticado a versão do cinema, mas para amantes de livros ler uma obra e depois ver ela no cinema é meio frustante, nunca vai ser fiel, ten-se a liberdade poética e sem falar que acabam tendo que condesar o conteúdo para se adequar ao roteiro.

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  4. Ah, eu vi o filme, mas não conhecia o livro. Puxa, fiquei interessado... É sempre muito complicada adaptação literária para o cinema. Geralmente o autor não entende... Mas não dá para por o livro na tela... É outra linguagem. Cinema é imagem.

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  5. Oi!
    Menina, vi o filme e, alguns anos depois, li o livro. Não me arrependo! A história não é muito parecida, mas você conseguir ler um livro escrito por um "idiota" é simplesmente incrível.
    Tem coisas que só alguém que convive com pessoas assim (eu tenho um primo q me lembra muito o Forrest) consegue perceber a preciosidade que é a narrativa deste livro.
    Amo d+.

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