Um Conto de Natal - Charles Dickens

   "Ebenezer Scrooge é uma pessoa detestável! Rabugento, pão-duro e tão sentimental quanto uma rocha! O velho só pensa em acumular dinheiro e não se importa com ninguém!"


       Essas poderiam ser as palavras de qualquer morador daquela cidade, caso alguém perguntasse sobre o senhor Scrooge. De fato ele não era uma pessoa muito amigável e tudo em que pensava era diminuir gastos e aumentar os lucros. A única pessoa com quem já havia convivido bem fora seu sócio, Jacob Marley, falecido há sete anos. Logo, não seria nenhuma surpresa saber que o velho Scrooge, além de tudo isso, odiava o natal.
       Nossa história começa em uma véspera de natal. Somos apresentados ao senhor Scrooge que estava particularmente mal-humorado naquela manhã; vigiando seu funcionário Bob Cratchit e tentando se livrar de seu sobrinho irritantemente feliz, que decidiu passar na firma para desejar-lhe um feliz natal. Quando finalmente o dia termina, Scrooge vai para casa e é aí que coisas estranhas começam a acontecer... Ele vê seu ex-sócio Marley, entrar pela sala carregando suas pesadas correntes para alertá-lo sobre a visita que receberia de três espíritos durante aquela noite.

       Acompanhar a mudança da personagem foi interessante. À medida em que conhecemos sua história, percebemos que ele ainda tinha bondade dentro de si. Ela estava apenas adormecida, bastando um belo susto e um empurrão para que viesse à tona. Tudo o que precisava era avaliar suas escolhas medindo todas as consequências.
       Todos somos um pouco Scrooge. Em que estamos focando nossa atenção e energia? Será que vale o foco de uma vida inteira se transformando em algo precioso que nos escravisa, desviando a atenção de todo o entorno? Quais alertas estamos ignorando, ou pelo menos, tentando ignorar? Diante disso, nos resta dois destinos: podemos ser Scrooge ou Marley. A escolha é nossa. 

       Um Conto de Natal foi publicado pela primeira vez em dezembro de 1843 na Inglaterra, com ilustrações de John Leech. O sucesso foi enorme, o que estimulou Charles Dickens a escrever outros contos natalinos publicados em anos posteriores.
       Acredito que, assim como eu, muitos de vocês já conheçam esta história através das várias adaptações feitas para as telas. Mesmo assim, foi muito bom conhecê-la também escrita. Comecei a ler Dickens faz pouco tempo, através de seus contos sobre fantasmas e devo dizer que estou amando!! Recomendadíssimo!

       Boas leituras e que Deus abençoe a cada um de nós!





       Abaixo seguem fotos da primeira edição e algumas ilustrações originais:










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