O Filósofo Idiota - Marcelo Pereira Rodrigues

            Arioswaldo, com w, após desistir do seminário, decide cursar Filosofia pela UFSJ. Ainda acostumado à rigidez da vida que levava até então, a princípio estranha bastante o mundo com o qual entra em contato. Apesar de sua paixão pelo curso, ele não consegue se encaixar na vida social universitária sendo constantemente ridicularizado por seus colegas. Sua vida do lado de fora do campus também não foi fácil, uma vez que passou por apertos financeiros enfrentando dificuldades para se manter.

            Apesar disso, ao longo de sua vida acadêmica foi membro da UEE(União Estadual dos Estudantes) e também militante político, passou por um relacionamento conturbado, tendo uma vida bastante agitada. Quando finalmente se formou, foi embora morar sozinho em uma casa que construiu próximo a uma cidadezinha no interior do estado de Minas Gerais chamada Padilha, distrito de Rio Espera. Afastado de tudo e de todos, o então filósofo Arioswaldo, lê e relê seus livros de filosofia tão adorados, ao mesmo tempo em que cuida de seus animais e algumas plantações para seu sustento. Ele reflete acerca de sua vida e de acontecimentos ao redor através de suas leituras falando a respeito deles com sua ouvinte mais fiel: a cabra Glória Maria.

            Quando saímos um pouco de nós mesmos, afim de descobrir o que mais existe no mundo, a princípio, podemos estranhar bastante e passarmos um certo “aperto” até nos adaptarmos. Uma vez isso tenha ocorrido, começamos a nos posicionar como indivíduos, seja mantendo os valores que já possuímos, ou nos deixando levar pela corrente e repetindo os padrões de comportamento da maioria. Depois de passar por essas experiências, convivendo com os tipos mais diferentes de pessoas e sofrendo todas as consequências, podemos então decidir: continuamos seguindo no mundo ou nos retiramos dele.

            A vida do nosso protagonista foi mais ou menos assim e, no caso dele, a decisão foi se retirar buscando viver em paz com seus valores. Como sempre foi criticado pelo seu modo de ser e por conseguir, em sua simplicidade, enxergar melhor ao seu redor, prefere se isolar dos demais, sendo fiel a si mesmo antes de tudo.

            Este foi um livro de leitura rápida. Os personagens são construídos de forma caricata, para ilustrar melhor as situações e nos fazer pensar um pouco a respeito. As leituras realizadas por Arioswaldo ao longo de sua vida acadêmica e também depois, nos auxiliam nesse sentido através das citações. Assim, recomendo a vocês que conheçam a obra, para refletir e tirar suas próprias conclusões a respeito, já que a vida imita a arte. Ou seria a arte que imita a vida...?

            Boas Leituras!!