O Conde de Monte Cristo - Alexandre Dumas
Em 1815 o jovem Edmond Dantès, após voltar de uma viagem a bordo do navio Pharaon, tinha um futuro promissor pela frente: estava prestes a se tornar capitão deste mesmo navio e se casaria no dia seguinte com sua noiva Mercedes. Tudo teria corrido bem se não fosse por quatro homens que mudaram sua vida para sempre por inveja, orgulho e omissão por egoísmo. Danglars, Fernand e Caderousse armaram para Dantès e ele foi preso acusado de Bonapartismo. Villefort o condenou mesmo sabendo de sua inocência enviando-o para o Castelo de If, onde Edmond permaneceu por longos 14 anos, só não sucumbindo ao desespero dando fim à própria vida graças a intervenção do abade Faria.
Após conquistar a liberdade e tornar-se Conde de Monte Cristo, Dantès incia sua vingança longamente acalentada e meticulosamente arquitetada contra aqueles que tanto o fizeram sofrer.
Qual é o limite para a vingança? Será realmente necessária
na vida do ser humano? Acredito que não. O melhor é deixar que as coisas
aconteçam por si mesmas e que cada um receba aquilo que proporciona, “A cada um
segundo suas obras” lembram-se? Não somos detentores do direito de mexer com a
vida das pessoas, por mais que elas tenham porventura nos prejudicado de alguma
maneira. Não há necessidade na verdade, já que o eletromagnetismo saberá
exatamente para onde encaminhar cada um.
A frase que aparece no romance “Esperar e ter Esperança” é
um bom lema a ser aplicado sem precisar exagerar no “esperar”; mas não se trata
de usá-lo para concretizar uma vingança, pelo contrário, apliquemos num sentido
positivo: enquanto fazemos nossa parte, sendo o melhor que pudermos apesar de
qualquer coisa, esperamos e temos esperança em dias cada vez melhores. A ação
pela reação é certa, ativando a consciência como ferramenta eficaz para
recordar erros e acertos buscando reconhecimento e correção no caso dos erros.
Para se vingar de quatro pessoas que causaram a sua ruína, o conde de Monte Cristo espalhou o caos e o sofrimento na vida de outras pessoas que nada tinham a ver com isso, em alguns casos até incentivou o pior delas para que fossem um instrumento no plano. Igualou-se aos seus algozes, sua consciência não o deixava em paz, foi infeliz. Não valeu a pena. Como diz uma frase famosa e que define muito bem o tema principal do livro: “A vingança nunca é plena, mata a alma e envenena.”
Inicialmente publicada como folhetim entre os anos de 1844 e
1846 na França, a história contada por Alexandre Dumas fez um enorme sucesso e
posteriormente foi compilada e publicada em formato de livro. Os temas
tratados, como em um bom clássico, continuam atualíssimos dialogando
diretamente com todos nós em nosso interior. Não por acaso a obra ganhou muitas
adaptações para o cinema, séries baseadas no enredo ou fazendo menção à
história, até mesmo uma novela brasileira(O Outro Lado do Paraíso). A
versão cinematográfica mais recente(e também a única que assisti) é a versão de
2002, com Jim Caviezel, Guy Pierce, Dagmara Dominczuk e Richard Harris. Vale a
pena conhecer.
O livro é muito bom! Apesar de ter achado o meio da história um pouco lento, recomendo a vocês que leiam e aproveitem a aventura e a reflexão.
Boas leituras!!
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