Mulheres que Correm com os Lobos - Clarissa Pinkola Estés

        A arte de contar histórias é algo muito antigo já realizado por humanos desde os primórdios. Histórias reais, não reais, sobre algo maior e fora dos limites de compreensão de cada época, para se distrair e também para instruir. Contos aparentemente aleatórios, muitas vezes tidos apenas como histórias para dormir por exemplo, se analisados mais a fundo são bastante instrutivos.

       A tradição de contadora de histórias é repassada de geração em geração entre mulheres ao longo dos anos(hoje em dia não é mais tão popular) com o intuito de estimular as pessoas a pensarem e aprenderem sobre a vida, a mente, os sentimentos e o espírito. Você provavelmente conhece histórias como O Patinho Feio, A Menininha dos Fósforos, Barbara Azul, La Llorona e Vasalisa, para citar algumas; mesmo tendo sua forma alterada ao longo do tempo conforme a época e o lugar não perderam o sentido. Muito além de simples narrativas que distraem ou assustam elas mostram mais, sua interpretação chegam ao nível da psique humana com seus personagens representando aspectos ocultos da mente de uma pessoa(já pensou nisso?). Partindo daí nossa compreensão é enriquecida e ampliada trazendo uma chave que abre portas internas de camadas mais profundas. 

        Em Mulheres que Correm com os Lobos Clarissa Pinkola Estés retoma a tradição de contadora de histórias trazendo primeiramente a narrativa simples e em seguida a análise pelo prisma da psicanálise junguiana. Este é um livro voltado para mulheres onde os contos são organizados para nos guiar em uma espécie de iniciação convidando, primeiramente, a recolher os ossos e transmitir-lhes vida com La Loba e então seguir capítulo a capítulo, passo a passo reconhecendo em nossa vida questões para serem pensadas e modificadas possibilitando assim o contato cada vez maior com nossa essência, aqui conhecida como Mulher Selvagem.

    Li o livro sem pressa acompanhando cada final de capítulo com o podcast @talvezsejaissopodcast que traz um bate-papo descontraído sobre os temas e muitas reflexões que enriquecem a experiência de leitura. Desde que comecei cada capítulo foi se mostrando sincronizado com os acontecimentos do momento de alguma forma. Então quando ele se apresentar para você queria leitora aceite o convite e deguste, não se arrependerá. Jornadas assim nos fazem trocar muitas perguntas por apenas uma que realmente importa: Onde está a alma? 

        Entra no mato.


        Boas leituras!!




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