Lua Vermelha - Miranda Gray

        Em que momento da vida uma mulher se dá conta da potência que existe em si mesma, que a torna única no mundo e parte do sexo forte? Não estou aqui diminuindo o sexo masculino pois são igualmente fortes, mas no momento escrevo para as mulheres.

        Já parou para observar melhor seu corpo, seus sentimentos e pensamentos? Como funcionam e o mais importante, qual a relação que eles tem com o ciclo menstrual. Pessoalmente nunca tinha me preocupado com essa questão mas após um “empurrãozinho” fui aos poucos descobrindo esse lado da força.

        Toda mulher possui uma natureza cíclica; assim como a lua e as estações do ano nos diversificamos a cada período nascendo, amadurecendo e morrendo para então renascer novamente em um novo ciclo. No livro as fases são apresentadas como a da Donzela, que surge logo após o período menstrual e podemos aqui considerar a primeira se colocá-las em uma ordem; traz uma energia mais jovial e independente pronta para se divertir e desfrutar a vida de forma leve e autoconfiante. Depois vem a fase da Mãe no período de ovulação, igualmente plena mas já com um olhar mais voltado para os que estão ao seu redor procurando auxiliar, trazendo um senso de responsabilidade maior e a capacidade feminina de maternar. Então surge o ciclo da Feiticeira quando o corpo já se prepara para a menstruação e a mulher já não está mais tão disponível para o mundo exterior ao mesmo tempo em que se sente cada vez mais interiorizada e conectada com suas energias sutis. Por último e não menos importante a Anciã traz a menstruação e a introspecção acentuando sua intuição e conexão com a natureza. É o “morrer” da mulher antiga que renasce logo depois na fase da Donzela despojada de tudo o que não lhe serve mais para que viva plenamente.

        A autora se propõe a nos informar sobre a questão energética do ciclo menstrual feminino tratando da transformação da menina em mulher quando do primeiro sangramento, a energia sexual feminina, sua relação com o mundo interno e externo lembrando que temos a todo o momento luz e sombra em nosso interior e que essas fases não são perfeitamente demarcadas. Traz também exercícios para nos conectarmos com o nosso útero e suas energias, e de autoconhecimento como a Mandala Lunar.

        Há muito tempo o ciclo menstrual feminino tem sido um tabu e motivo de vergonha mas se parar para pensar, porque precisamos sentir vergonha de algo natural nosso? Tudo em uma mulher funciona diferente, somos o que somos com qualidades e defeitos então não é preciso disputar um lugar com o masculino pretendendo ser um deles. A natureza feminina é acolhedora e vibrante em sua sensibilidade, mulheres não abaixam a cabeça ou se impõem à força elas acolhem e educam com amor.


        Recomendo a vocês este livro como ponto de partida para descobrir o universo do Feminino e consequentemente descobrir a nós mesmas deixando nossas próprias energias fluírem mais livremente.


"Você é uma mulher. É forte por não ser constante, pois o ritmo da mudança é o ritmo do universo."


        Boas leituras!




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