Pedro Páramo - Juan Rulfo
No leito de morte de sua
mãe, Juan Preciado prometeu cumprir seu último desejo, sair e procurar por seu
pai para conhecê-lo. Como mais nada o prendia ali, decidiu finalmente partir em
busca de Pedro Páramo na cidadezinha de Comala, onde sua mãe viveu. Um lugar
seco e triste, longe de qualquer traço de civilização. Ele desce até a cidade
cheia de passado e sussurros. Sussurros esses que lhe permitirão conhecer a
respeito daquele lugar, da população e principalmente de seu pai.
Em filmes de fantasmas,
geralmente aparecem cenas em que muitos deles sussurram ao mesmo tempo, cada um
falando uma coisa diferente, mas que no meio do burburinho não é possível
distinguir bem. Apenas quando se direciona a atenção é possível compreender o
que dizem. É o caso deste livro.
Já de início nos é mostrado
que a cidade está deserta. Mas à noite, enquanto Juan decide explorá-la, outros
personagens aparecem. Mulheres, homens... todos com uma história para contar,
seja própria ou de outra pessoa. Em comum a maioria tem a menção a Pedro
Páramo.
Estamos em uma cidade bem
pequena, um povoado, comandado por um coronel (nosso personagem título) que faz
o que bem entende sem se importar com as consequências. Tudo ali gira ao redor
dele em sua proriedade Media Luna. As pessoas são simples, crentes e fáceis de
serem manejadas. A dignidade de um cidadão que trabalha e tem uma vida como a
nossa, provida de praticamente todo o necessário, não lhes era comum. Sempre
dependentes, desolados e se sentindo culpados de alguma forma. Aliás, a culpa é
algo muito presente, cada um a tem por um motivo diferente: incesto,
assassinato, traição, extorsão, e por aí vai. Um povo sofrido por sua condição
humilde e situação financeira precária, mas nem por isso deixa de ter seus
defeitos.
Um a um
os fantasmas dos cidadãos que vagam sem encontrar a paz, se sucedem e contam
sua história a Juan Preciado, mas de uma forma embaralhada. Um quebra-cabeças
que precisamos montar em nossa mente munidos de atenção e boa memória. E não se
preocupe, alguns narradores não são identificados mesmo.
O livro é bem curtinho, tem
cerca de 140 páginas, com um texto absolutamente enxuto. Nada de enrolação ou
vocabulário rebuscado, o autor nos entrega uma história de fantasmas e realismo
mágico. Porém não se engane, a amplitude e profundidade de suas interpretações
e críticas são como as do oceano.
Juan
Rulfo, escreveu apenas mais um livro em sua vida além deste, uma coletânea de
contos intitulada Chão em Chamas. Pedro Páramo foi publicado depois, em
1955, no México e até hoje faz grande sucesso.
Recomendadíssimo! A princípio a leitura pode parecer singela, mas aos poucos os habitantes de Comala também nos levam para sua realidade, deixem que os sussurros ecoem por suas mentes.
Boas
leituras!!
Eu adoro histórias de fantasmas, achei curioso o livro ter apenas 140 página e absorver tanto o leitor dentro da história.
ResponderExcluirAdoro livros curtinho e que prende o leitor. Boa dica!
ResponderExcluirEu gosto muito de livros que vão direto ao ponto. E com uma história envolvente dessas a gente fica querendo bis.
ResponderExcluirOiii,
ResponderExcluirEu gosto de livros de fantasia,romance, uma pegada mais assim, esse é diferente mas eu até que gostei pq você disse que ele é direto ao ponto, o que é ótimo
Muitas vezes mesmo curta a narrativa surpreende. Goste da indicação e já adicionei a minha lista.
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